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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


O Problema da Insatisfação

A insatisfação, que medra, assustadora, numa avalanche crescente. em todos os arraiais da 
Sociedade terrena, procede, de certo modo, da programática educacional das criaturas que, 
desde cedo, recebem orientação e adestramento em moldes eminentemente imediatistas, como se 
a vida devesse abraçar. apenas, o estreito limite entre o berço e o túmulo...
Centralizando todas as aspirações no trâmite carnal, o triunfo, conforme os padrões 
hedonistas, tem como finalidade à aquisição de valores para o gozo, o destaque na comunidade, 
a tranqüilidade que decorra de um estômago saciado, um sexo atendido e as vaidades 
estimuladas...
No entanto, mesmo quando tal ocorrência vem de ser lograda, acompanhada de emoções 
estésicas, eis que o sonhador da roupagem carnal se depara com outro tipo de necessidade 
que deflui do espírito, no seu processo de reeducação pelo impositivo reencarnacionista.
O homem não são, exclusivamente, as suas necessidades orgânicas e emocionais que se 
enquadram na argamassa fisiopsicológica.
O berço e o túmulo representam, no processo da evolução, meios de que se utiliza a Sabedoria 
Divina para que o ser indestrutível entre e saia do corpo, adquirindo experiências. fixando 
aprendizagem, modelando caracteres, crescendo arranca das expressões do instinto de posse 
para a sublimação através da renúncia e do sacrifício...
Concebendo a vida como um jogo fugaz de sensações, em que o homem dotado de recursos 
amoedados mais é feliz porque mais consegue, coloca todas as ambições no estreito 
condicionamento da posse material, que amargura, quando escassa e frustra. quando 
farta.
De forma alguma os valores da rápida aquisição conseguem produzir no homem a verdadeira 
harmonia, tendo-se em vista que, impelido pelo próprio instinto de preservação da espécie, se 
não vigia, mais ambiciona, quanto mais detém.
A posse, no entanto, de forma alguma faculta equilíbrio emocional. Quando é abundante, 
produz o receio da perda, estimulando a existência dos fantasmas do medo de perder a 
posição e os recursos que lhe significam a vida... 
E, quando é exígua, favorece a escravidão ao que se gostaria de possuir, como fuga psicológica às 
inquietações quase sempre injustificáveis.
O homem deve arrimar-se nos valores éticos, que ele próprio constrói a pouco e pouco em si e 
à sua volta, compensando-se no ideal altruísta, com que desata as emoções superiores que lhe jazem em gérmen, crescendo moralmente e superando as injunções do cárcere físico, 
mediante cuja ascensão consegue a lucidez que lhe dá a perfeita visão da vida e lhe dilata os 
horizontes em torno do que lhe convém e do que deve fazer.
Situando as metas da existência além dos prazeres transitórios e frustrantes, irmanado à fé 
libertadora, com que se arma de resistências para a dor, para o mal, para os distúrbios de 
qualquer natureza, logra superar-se e planar além de quaisquer vicissitudes negativas, através 
de cujo comportamento fruirá a real felicidade.
Não cobiçando mais do que lhe é lícito reter; não se afadigando em demasia pelas aquisições 
transitórias; não se antecipando sofrimentos advindos do receio do futuro; não vivendo 
exclusivamente para o corpo, os insucessos aparentes são convertidos em lições que 
amadurecem para os próximos empreendimentos, fixando o bem em si mesmo, 
com que se ala nos rumos do Bem Incessante após a vilegiatura orgânica, libertando-se das 
vestes físicas com a alegria do escafandrista que retorna à tona, concluída a tarefa feliz no seio 
das águas profundas...

A insatisfação que a tantos amargura, enferma e conduz a distonias de largo porte, pode e deve 
ser combatida através de uma pauta salutar de objetivos e de diretrizes evangélicas, conforme 
Allan Kardec extraiu dos conceitos morais das insuperáveis lições do Cristo, fazendo do 
Espiritismo o mais completo compêndio de otimismo e de sabedoria conhecido nos tempos 
hodiernos.
Reflexionando em torno dos valores reais, como dos aparentes, o homem de bem, inteligente, 
que sente necessidade de mais profundas e nobres aspirações para ser feliz, mergulha a 
mente e o sofrimento no exercício do amor, em seu sentido mais elevado, defrontando a 
grandeza da vida e realizandose por fim em paz.


Psicografia de Divaldo Franco
Autor: Vianna de Carvalho (espírito)


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